segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PRECURSORES DA REFORMA:


UM BREVE ENSAIO SOBRE AS TENTATIVAS DE REFORMA ANTES DE LUTERO

INTRODUÇÃO
A Reforma Protestante, movimento que abalou o século XVI, transtornando a unidade da Igreja Católica Romana, não foi apenas resultado da mente “conturbada” de Martinho Lutero. Na realidade, antes mesmo do movimento iniciado pelo monge alemão, houve algumas tentativas de reformar a igreja. Destacam-se movimentos ocorridos entre os séculos X e XIII.

Cite-se aqui o que aconteceu por meio do mosteiro de Clugny. Como também a tentativa de reforma por meio da ordem cisterciense. Um movimento muito próximo dos pré-reformadores encontra-se na história dos valdenses. Os seguidores de Pedro Valdo caracterizaram-se pela rejeição da autoridade de Roma, pela tentativa de tradução da Bíblia para a linguagem popular, pela rejeição do culto às imagens e a defesa da pregação pelos leigos. 

Contudo, o presente trabalho pretende focar apenas as tentativas de reforma ocorridas nos séculos XIV e XV. Serão considerados os nomes de John Wycliffe, John Huss, Jerônimo Savonarola. Adicione-se a estes nomes o humanista, contemporâneo de Martinho Lutero, Erasmo de Roterdã, cujas características se aproximam dos nomes supracitados. Por isso, são aqui considerados como pré-reformadores.
Este ensaio buscará encontrar pontos comuns entre os pré-reformadores e a reforma protestante, em seu período inicial. Ou seja, as ideias de Wycliffe, Huss, Savonarola e Erasmo serão postas em análise e comparadas com os ideais de Martinho Lutero, propagados e enfatizados, especialmente a partir de 31 de outubro de 1517. 

Os movimentos, surgidos concomitantemente com a Renascença, revelam as aspirações e conceitos de uma época que revolucionou os pensamentos social, teológico, político e econômico, até então moldados nas categorias católicas e medievais. Os intentos desses homens, por vezes não foram alcançados, mas serviram como ilustração para o surgimento dos conceitos que emolduram as crenças protestantes, bem como as ideias surgidas no nascedouro da Idade Moderna.

1. Breve histórico sobre os pré-reformadores
John Wycliffe nasceu em Yorkshire, por volta de 1330. Seus estudos foram iniciados e concluídos na Universidade de Oxford, onde se tornou professor. Ao mesmo tempo em que ministrava na universidade, servia como funcionário do rei da Inglaterra. Nesta última função, mediava as disputas entre os interesses do rei e os interesses da igreja. Especialmente em aspectos que envolviam bens e impostos. Este contato direto com a questão o tornou fervoroso crítico das práticas excusas praticados pelos clérigos romanos. Por conta de suas ideias, foi convocado para dar explicações aos bispos. Contudo, em princípio, ao sofrera grandes consequências por causa da proteção recebida da corte real inglesa (?) porém seu apoio a revolta dos camponeses o fizeram perder prestígio na corte, na universidade. A partir daí, retirou-se para sua cidade natal, onde organizou um grupo de pregadores leigos, conhecidos como lollardos. Trinta e um anos após a sua morte, ocorrida em 1384, foi excomungado, tendo seu corpo exumado em 1428 pelo bispo de Lincoln .

John Huss nasceu por volta de 1373, na Boêmia. Sua carreira acadêmica se deu na Universidade de Praga. Após este período, familiarizou-se com as ideias de Wycliffe que o fizeram pensar em reformar a Igreja Boêmia. Convocado a comparecer ao Concílio de Constança, não teve respeitado um salvo-conduto em seu favor. Por conta disto, foi condenado e queimado numa fogueira, em 1415. De seu trabalho, originou-se a Igreja Morávia.

Jerônimo Savonarola nasceu por volta de 1452, em Ferrara. Em 1474, resolveu tornar-se monge dominicano, após ouvir um forte sermão de um padre agostiniano. Pouco depois, seguiu para Florença, a fim de ali exercer o seu ministério. Naquele local, considerado por muitos como um grande centro da Renascença, pregou vigorosos sermões, que objetivavam reformar não só a Igreja, mas toda a cidade, incluindo os governantes desta. Sua postura radical, ao desafiar a autoridade papal, porém, custou-lhe ter que dar explicações de suas atitudes, em Roma. Posteriormente, foi excomungado, queimado e morto, no ano de 1498. 

Desidério Erasmo é um dos principais nomes do humanismo, no ocaso da vida medieval. Seu brilhantismo intelectual o fazia ser disputado por várias universidades. Suas obras alcançaram um índice de aceitação bastante alto. Nascido em por volta de 1466, em Roterdã, Holanda. Tornou-se participante de uma ordem monástica conhecida como “Irmãos de Vida Comum”. Contudo, seu espírito livre e aventureiro, não o permitia viver circunscrito ao mosteiro, Estudou grego, história eclesiástica, teologia e outras disciplinas que o tornaram a maior referência teológica no período da Renascença.

2. Questionamento das autoridades eclesiásticas
Quando Martinho Lutero propagou os conceitos da reforma protestante, estranhos à mentalidade da época, expressava os anseios de grande parte da sociedade. Muitos desejavam libertar-se do aprisionamento a que estavam submetidos, por conta do domínio da Igreja em todos os aspectos da vida humana. A igreja mantinha o controle total no medievo. Na parte literária, a igreja o fazia. Nas artes, a igreja mantinha o predomínio. Um controle político, ideológico e também econômico, reconhecida como Senhora Feudal.

Neste sentido, tanto os pré-reformadores quanto Martinho Lutero criticavam severamente algumas posturas da Igreja, que revelavam este domínio quase absoluto. Uma das críticas mais intensas de Lutero à Igreja focalizava as indulgências. O mesmo pode ser encontrado nas ideias de John Wycliffe, conforme afirma Roger Olson,

Wycliffe antecipou os ataques de Lutero contra a corrupção da igreja de forma mais veemente em sua crítica às indulgências. As indulgências eram documentos de absolvição do castigo temporal (como o purgatório) dos pecados vendidos pelos agentes dos papas. Wycliffe condenou severamente essa prática, assim como Lutero o fez em seus dias.
Wycliffe vai mais além, ao afirmar que o chefe da Igreja não era o papa, mas Cristo. Assim, ele se tornou cada vez mais radical, rejeitando toda estrutura hierárquica da Igreja Romana. Observa-se isto também nas críticas de Erasmo que, mesmo não querendo dividir a igreja, revela sua insatisfação sobre práticas como “as peregrinações, as relíquias, o ascetismo, o monasticismo, os atos de penitência e a estruturas hierárquicas da igreja.” 
John Huss e Jerônimo Savonarola também foram exemplos claros de desafio às autoridades eclesiásticas estabelecidas. O primeiro, bastante influenciado pelas ideias de Wycliffe, se propôs a reformar a Igreja Romana na Boêmia.

Já Savonarola, apesar de não ter alcançado a mesma projeção dos já citados anteriormente, também influenciou a região onde ministrava, Florença. Sua intenção era reformar a Igreja de Florença. Conforme atesta Earle E. Cairns, “Ele procurou reformar o Estado e a Igreja na cidade, mas sua pregação contra a vida desregrada do papa provocou a sua morte por enforcamento.”

3. Ênfase na utilização da Bíblia como instrumento de ensino
O papel da Reforma Protestante na entrega da Bíblia ao povo é conhecido de muitos. Mas, Lutero e seus seguidores não foram os primeiros a tentar realizar esta empreitada. Neste ponto destacam-se, sobretudo, os nomes de John Wycliffe e Erasmo de Roterdã.

Em sua luta contra a corrupção do clérigo romano, Wycliffe usou a Biblia como arma fundamental. E nada melhor para popularizar suas ideias do que entregar a Bíblia ao povo. Por meio dele, o povo inglês teve acesso à Bíblia em seu vernáculo. Para Wycliffe, “a Escritura é a mais alta autoridade para todo o cristão e o padrão de fé e de toda a perfeição humana”. 

O téologo alemão Paul Tilich assegura que Wycliffe “ensinou a autoridade das Escrituras contra a tradição e contra a interpretação simbólica dos textos” . Isto pode ser ilustrado com o fato de que Wycliffe considerava a pregação mais importante do que os sacramentos. Esta questão também estava na agenda dos seguidores de John Huss. Desde os mais radicais até os mais moderados, todos acreditavam na autoridade suprema das Escrituras.

Neste tópico residem os maiores motivos pelos quais Erasmo fora inserido entre os precursores da Reforma Protestante neste ensaio. Sua contribuição para a Reforma foi imensa e está relacionada à ênfase no estudo das Escrituras. Alister E. Mc Grath, ao falar sobre Erasmo, assegura que, embora não fosse protestante, em nenhum sentido do termo, muito fez em prol do estabelecimento dos alicerces intelectuais da Reforma, sobretudo por meio de sua vasta produção editorial, na qual se inclui a produção do primeiro texto impresso do Novo Testamento no grego.

Para Erasmo, todos os cristãos deveriam aprender o que o sacerdote sabia. O papel do sacerdote era de ensinar ao leigo o que dantes havia aprendido. Assim, nota-se em seus escritos algo muito próximo ao conceito protestante de participação cada vez dos leigos na vida da igreja. Obviamente que Erasmo não chega às vias de fato, como Lutero, de chamar todo o crente de sacerdote, mas contribui para isto.

CONCLUSÃO
A participação de Martinho Lutero na Reforma Protestante foi de suma importância. Mas, não sem motivo, deve-se recorrer às suas fontes. Os homens que influenciaram-no são, com certeza, vanguardistas e conceitos e ideiais que haviam sido esquecidos ao longo da história da igreja cristã, principalmente no período da Idade Média.

Assim, tornar-se (?) importante salientar que os questionamentos desses homens, no tocante às práticas eclesiásticas daquele tempo, não constituem apenas o desejo de rebeldia, ou outros interesses. Mas, conquanto que estes possam ter servido a outros interesses, parece que os inquietava o “cabresto” religioso. Esta inquietação, resultado de um sentimento de liberdade e aventura, produziu poucos homens que, se não conseguiram transformar a igreja, ao menos a transtornaram. 

Na verdade, o papel destes homens foi de fundamental importância para o trabalho de Martinho Lutero. Olson, ao tratar da relação de influência entre Erasmo e Lutero, ilustra isto com um adágio popular, quando afirma que “Erasmo botou o ovo que Lutero chocou” .

Olson vai mais além, ao dizer que não foi somente Erasmo quem o fez, outros contribuíram para que a Reforma ocorresse. Concluímos, citando-o:

Mas se Erasmo foi reformador, Martinho Lutero foi muito mais do que isso. Foi um revolucionário. Virou o mundo de cabeça para baixo. Enquanto o dr. Erasmo tentou realizar uma cirurgia delicada na igreja em que mal tocava nos nervos vitais da teologia, o dr. Lutero realizou uma cirurgia radical que envolvia amputação e reconstrução, a ponto de transformar drasticamente o paciente.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MC GRATH, Alister E. Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica: uma introdução à teologia cristã. São Paulo: Shedd, 2005.
BETENSON H. Documentos da Igreja Cristã. São Paulo: ASTE, 1998
CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos. São Paulo: Vida Nova, 1995.
OLSON, Roger. História da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2001.
TILICH, Paul. História do Pensamento Cristão. São Paulo: ASTE, 2007.
WALKER, W. História da Igreja Cristã. São Paulo: ASTE, 2006.

Clayton Guerreiro

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma igreja para os que sofrem



"o pior dos nossos problemas é que ninguém tem nada haver com eles." (mario quintana)



Permitam-me chamá-la de Raquel. Ela chegou em nossa igreja no fim de uma reunião de oração pedindo para conversar comigo. Não era a primeira vez que Raquel ia a nossa igreja pedir ajuda, pelo menos três vezes ela batera em nossa porta buscando abrigo e alguma coisa para alimentar seus três filhos. Sua visita mais uma vez foi para pedir ajuda, mas dessa vez ela trazia uma informação nova. Estava com os braços escoriados, brigara pela defesa de algo. Ela me disse que naquela tarde o dono de uma palafita rm que morava pediu de volta sem que se importasse se ela tinha ou não lugar para ir. Na defesa de seu lar Raquel não foi apenas agredida fisicamente, mas, também, moralmente. com medo do que viesse a acontecer e sem saber onde pedir ajudar naquele instante, Raquel perambulou pelo bairro até que se lembrou de nossa igreja. Eu estava terminando a reunião de oração quando a vi entrar, ainda tímida, dentro da igreja, veio pedir uma oração...

Os olhos de Raquel eram de uma pessoa vencida, seu olhar triste ainda fala comigo até hoje, ela se dizia com medo de que poderia acontecer com ela no futuro. No outro dia ela iria ao conselho tutelar pedir abrigo para ela e seus filhos. Orei com ela e ofereci alguma ajuda. No fim da conversa ela me olhou e disse "o senhor é o único amigo que tenho, foi o único que me tratou bem, ainda bem que posso contar com a igreja." essas palavras ecoam em minha cabeça e me fazem pensar sobre o que fez Raquel se valer da igreja naquele momento de crise. A busca de amizade, a necessidade de ser tratada com igualdade e ainda a necessidade de confiar na igreja fazem de nossa responsabilidade maior do que qualquer instituição na face da terra por uma única coisa: representamos Cristo nesse mundo.

A história de Raquel é uma entre tantas histórias que não aparecem nos jornais e não dão “ibope” a novelas. O dia-a-dia de exclusão e pobreza leva milhões de pessoas a situação de não pessoas; gente sem rosto e sem nome em busca de abrigo e que encontram em seu caminho a sociedade mais consumista e egoísta que já pisou essa terra. no entanto o que mais me chama a atenção é o que essas pessoas ainda esperam algo da Igreja. Em meio a tanta dor os excluídos buscavam Cristo e esta buscar tinha uma razão de ser: Cristo se compadecia delas porque estavam aflitas como ovelhas sem pastor... os olhos de amor de Cristo os atraía. Com Ele os que sofrem encontravam abraços e acolhimento e não julgamento e nem explicações sociológicas que de retóricas não ajudam em nada. Com a ascensão de Cristo cabe essa responsabilidade a igreja, enquanto esteve aqui Cristo disse "eu sou a LUZ", quando estava pronto para ir embora ele disse "vocês são a LUZ", indicando que o chamado da Igreja é fazer é dar continuidade aquilo que Cristo fazia e isso, inclui o acolhimento e o abrigo aos que choram.  Como igreja não temos o direito de decepcionar essas pessoas porque fazendo isso decepcionamos o próprio Cristo!

O século XXI nos tornou uma Igreja também consumista e egoísta, nossas programações podem falar de nosso umbigo com invejável maestria. Acontece que os que sofrem ainda vão procurar a Igreja em busca de  amigos, respeito e ajuda. Eles tiveram isso de Cristo, nada mais natural que recebam isso dos discípulos dele, tenhamos coragem de despir de nossas preocupações vaidosas e abraçá-los; assim, Raquel poderá voltar sempre para casa consolada.

E. Pedro Silva

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A NECESSIDADE DE SER IGREJA


O POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgou em 2011 uma pesquisa feita entre 2003 e 2009 onde se constatou que em 2009 cerca de 14% das pessoas que se declaravam evangélicas no Brasil não tinham nenhum vinculo institucional-denominacional, esse numero era de apenas 4% em 2003. O BEPEC (Bureau de Pesquisa e Estatística) Cristã fez igual pesquisa e apontou 12,5% em 2010. A diferença de 1,5% ficou dentro da margem de erro. Esse percentual representa cerca de 4.000. 000 (quatro milhões de pessoas) que corresponde, por exemplo, a metade da membresia das Assembléias de Deus, maior denominação evangélica do Brasil, ou cerca de ¾ (três quartos) dos fieis da IURD, maior denominação neo-pentecostal brasileira. Os números são tão significativos que esse grupo já ganhou uma alcunha: os desigrejados. Vale salientar que a pesquisa não destacou os que se declaram membros de alguma igreja e freqüentam esporadicamente. Nos EUA esse grupo corresponde a quase 50% da membresia das igrejas, no Brasil, creio, não seria muito diferente.

Esse números alarmantes têm causas e algumas podem ser apontadas:

sábado, 13 de agosto de 2011

Não Se Trata Apenas de Igrejar os Desigrejados

É fato que aqueles que representavam os espoliados sociais se sentiam bastante a vontade com Cristo, gostavam dele, procuravam segui-lo. Contudo, quando perguntamos sobre que relação destes tem com os seguidores de Cristo a resposta não é a mesma, existe alguma coisa que destoa aqui!
Hoje perguntei aos meus alunos o que eles entendiam por Igreja, e as respostas foram para o mesmo caminho: "um espaço, um grupo de pessoas onde Deus atua ou está". Será essa a definição que teriamos de Igreja se perguntassemos fora de nossas paredes? Não precisamos sair as ruas para termos a resposta, basta notar nossa falta de atração para com os espoliados (e aqui não me refiro apenas aos pobres economicamente mas aqueles que são tidos como não-normais). Basta lembrar aquela história contada por Phillip Yancey em seu livro "Maravilhosa Graça" em que uma prostituta perguntada porque não ia a igreja ela disse que já se sentia culpada demais!

A Igreja parece passar por um total descrédito no quesito de atração social.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O "EXISTENCIALISMO" DE ECLESIASTES


 Eclesiastes, um dos livros mais fascinantes da Bíblia é justamente um dos quais não sabemos quem foi seu autor. Reza a tradição ter sido um Salomão já velho dos seus dias farto talvez de tantas descobertas, tantos debates, tantas corridas "atrás do vento". Se Salomão ou outro, o fato é que o bojo do livro revela um existencialismo que faria uma Heidegger ou um Sartre ficar de cabelos arrepiados tamanha a capacidade de síntese dos problemas mais comuns do ser humano. Em eclesiastes não estamos diante de reis e grandes batalhas, não estamos diante de grandes milagres, pão não cai do céu em eclesiastes (ele é lançado sobre as águas). Ao contrário disso tudo, na leitura desse livro mergulhamos a uma vida percorrendo um caminho comum nessa terra, a nossa vida! 

MEU SENHOR E PASTOR

Uma devocional no Salmo 23

INTRODUÇÃO:
Escrito por Davi quando já era rei de Israel, o salmo 23 é poetizado em quatro quadros, o primeiro está nos versos 2 e 3a e mostram um pastor com suas ovelhas num local agradável onde o pasto é bom e a água limpa e parada. O segundo está nos versículos 3b e 4, o que se apresenta é esse pastor agora guiando seu rebanho por caminhos conhecidos por ele, e dando à suas ovelhas orientação e segurança mesmo nos trechos perigosos do caminho. A terceira cena (verso 5) é de alguém que se banqueteia com comida farta e bebida abundante. Finalmente o salmo se encerra com um quadro de um adorador continuamente no tabernáculo. Esses quadros trazem uma mensagem de segurança e nos leva a confiar completamente em Deus. O versículo 1 nos dá uma visão da perspectiva em que foi escrito do texto, é preciso entender o texto a luz desse verso,

Desafios da Igreja Evangélica Brasileira

O futuro da Igreja Evangélica Brasileira está diretamente ligado à sua capacidade de lidar com os desafios enfrentados no presente. Antes, porém, de alistarmos tais desafios, faz-se necessário delimitar o que é a igreja evangélica brasileira. Afinal, de contas temos muitas "igrejas dentro" da igreja brasileira. Como afirma Jose Miguez Bonino, o protestantismo brasileiro, assim como o latino-americano possui muitas faces, muitos rostos. Todavia, sem emitirmos juízo de valor sobre qual é o rosto que melhor representa a igreja dentro da sociedade, postulamos que as igrejas históricas, aliadas às pentecostais clássicas parecem ser as que melhor carregam a bandeira da herança protestante. Mesmo que essa herança tenha sido deixada nos moldes do fundamentalismo norte-americano.